Artigo Otaku | Goku vs Jiren é o melhor combate que você verá em 2017

8 de outubro de 2017

Últimos episódios de Dragon Ball Super quebraram a internet.

Sempre assisti Dragon Ball e suas sequelas, embora não seja um grande fã da franquia. Dragon Ball Z para mim só funciona até a Saga dos Androides (ou Saga Cell). Mas esse não é a temática desse artigo. Não vou mentir para vocês que sou daquele tipo de espectador que amaria ver Broly se tornando canônico na série de TV (ao menos por meio de referência direta, ele nem precisa aparecer). Essas são algumas impressões que eu posso apresentar de imediato quando me questionam sobre a série.

Isso agora vai mudar graças aos episódios 109 e 110 de Dragon Ball Super. A série de TV que foi inicialmente superestimada e logo depois subestimada pelo próprio fandom da franquia mostrou neste 08 de outubro de 2017 que não se pode ignorar o universo criado por Akira Toriyama. Mas dessa vez os louros da glória vão para todos os envolvidos no animê produzido pela TOEI Animation, Bandai e demais membros do comitê de produção.

Uma batalha anunciada desde o início do arco Survival Universe (ou do Torneio do Poder) onde Son Goku e o lutador do 11º universo, Jiren, protagonizam algumas cenas de luta na abertura do animê – Gekai Toppa x Survivor – era aguardada. Enfim esse momento chegou e a animação nos presenteia com um episódio duplo bem feito em todos os sentidos.

Todas as animações colocadas em xeque ao longo de mais de 100 episódios por fãs do mundo inteiro, que acusavam a TOEI de estar sendo relapsa com Dragon Ball Super, acabaram sendo devidamente limadas do projeto final. Não chega a ser na qualidade para cinema, mas o resultado do character design e do background design em Episódio 109 – O inimigo definitivo aborda Goku! A Genki Dama mortal! e Epsiódio 110 – Esta é a definitiva batalha de todos os universos! Son Goku vs Jiren! é formidável. Não a toa o que se comenta desde as primeiras horas do domingo na web é que “Dragon Ball Super quebrou a internet!”.

Pois é, pode parecer um exagero dos fãs se isso for falado assim sem explicação, mas é a mais pura verdade. Dragon Ball Super quebrou a internet, pelo menos alguns sites nela. Foi o que aconteceu com os serviços de streaming on-demand especializados em animação japonesa Crunchyroll e Funimation. Aqui no Brasil o site vocesabiaanime.com.br foi o primeiro a fazer essa constatação ao visitar os respectivos Twitters das duas empresas que se apressaram em explicar aos clientes o motivo de suas plataformas estarem offline durante os minutos seguidos à liberação dos dois episódios no Ocidente.

“Alguns usuários podem estar enfrentando problemas com o site agora mesmo! Estamos trabalhando muito duro para corrigi-lo, obrigado pela sua paciência”, foram as palavras da equipe de Social Media do Crunchyroll.

“Nosso site está atualmente com atrasos devido ao alto tráfego. Estamos trabalhando duro para consertar isso e pedir desculpas pelo inconveniente!”, foi o que se viu obrigado a dizer a equipe da Funimation.

Quer prova maior de sucesso? Está certo que a franquia de Akira Toriyama tem fãs no mundo inteiro, mas as constantes insatisfações destas mesmas pessoas com a qualidade da animação e até a dinâmica dos roteiros nos davam um retrato de que nem todos estão tão motivados para algo bom e novo. E tudo acontece na contramão da expectativa de muitos. Primeiro tem que se dizer que desde a saída de Kimitoshi Chioka (diretor de animação dos episódios 01 à 46) a trama foi se alimentando com novas esperanças. O media-mix já existente em volta da franquia apostou muita coisa nos dois filmes introdutórios de Dragon Ball Super, mas não se preocupou muito ao adaptar estes mesmos filmes para a TV. Resultado: críticas.

A TOEI provavelmente se atentou a isso e optou por mudanças. Morio Hatano e Kohei Hatano nos apresentaram um desenvolvimento mais acalorado ao inserir a trama do 6º Universo e as Super Dragon Balls, além de trazer o primeiro grande vilão inédito: Zamasu/Goku Black. Mesmo que eu particularmente goste desse arco tenho que dizer que achei desnecessário o retorno de Mirai Trunks (mas isso se fala em outro momento).

Tatsuya Nagamine e Ryota Nakamura – ao lado do já lendário Naotoshi Shida (presente no staff de diretores da franquia desde Dragon Ball em 1986) – foram surpreendentes ao darem um fôlego a mais para a série ao nos proporcionar ótimos combates no Torneio do Poder. Os episódios 109 e 110 foram seu ápice até o momento. Digo isso porque outubro só começou e quem acompanha as notícias sabe que os próximos domingos serão muito mais intensos.

Não posso deixar, é claro, de comentar o bom trabalho de Toyotarou que completa o media-mix com uma versão em mangá de Dragon Ball Super. Com alguns acontecimentos diferenciando da animação a obra acaba servido de base e é notório que tanto ele, quanto Akira Toriyama e os diretores estão em bastante sincronia para esses novos momentos da franquia.

Afirmar que Goku contra Jiren é o melhor combate de 2017 não é exagero. Isso porque o único animê que pode chegar próximo disso é One Piece, mas quem segue o mangá de Eiichiro Oda sabe que muito provavelmente nada tão extraordinário chegará a acontecer ainda este ano. Por lá o negócio está muito bom (digamos que com muito drama e momentos marcantes), mas o embate mais aguardado – Luffy vs. Katakuri – não parece que vai se desenvolver ao ponto de rivalizar com esse cenário apresentado em Dragon Ball Super. Jiren se mostrou um guerreiro implacável e muito superior a tudo que Goku (e nós) já havíamos vistos. No geral, os dois episódios mostraram a dimensão do desafio e ficou bem mais empolgante graças ao verdadeiro cabo de força disputado pelos combatentes onde uma magnífica Genki Dama era o pivô de toda a tensão nos telespectadores. O ápice, no entanto, foi a nova transformação do sayajin. Por mais que alguns reclamem é notório que a franquia não se sustenta sem as novas transformações de Goku, tanto que muito foi especulado sobre o assunto até a data de hoje.

O nome da transformação foi oficialmente citado como Ultra Instinct (ou Instinto Superior na versão legendada), mas não quero me apressar para dar como caso encerrado sobre, afinal nem mesmo as personagens do animê chegaram a um veredito. Resta agora aguardar para saber o desenrolar desse combate. No meu simplório conhecimento sobre roteiros e animações japonesas – além de meu conhecimento sobre Dragon Ball – sou levado a afirmar que o Torneio do Poder não vai chegar a ter um fim oficial e nem o combate entre Goku e Jiren será finalizado assim como ocorreu na luta com Hit/Hitto sessenta episódios atrás.

Sim, defendo a ideia de um conflitante (e revoltante) plot twist para os caminhos a serem seguidos pelo animê. Só me reservo no momento a ilustrar qualquer coisa, pois não quero cair na mesma esparrela de muitos membros do fandom. Por falar nos fãs…

Antes de encerrar deixo os meus parabéns especiais à fanbase brasileira de Dragon Ball Super, que fez da estreia da versão dublada no Cartoon Network (em agosto) uma das mais impressionantes na América Latina e no próprio país nos últimos anos. Foram mais de 2 milhões de espectadores de acordo com dados do próprio canal de TV. Só quero lembrá-los que os fãs brasileiros vão esperar um pouco para poder ver e ouvir Wendel Bezerra dando voz ao guerreiro sayajin nesse último combate, pois até agora o licenciador só trouxe a animação até o episódio 46. Em 2018 pode ser que isso se torne uma realidade.

Até a próxima e… Sayonara!